sábado, 17 de abril de 2010

A Era das Facilidades


O nosso retrato diário no século XXI: colher os frutos da modernidade. Correr sempre de um lado para o outro atrás de limites e prazos que nós mesmos nos impomos (aida que sejam humanamente impossíveis de serem cumpridos). Refletindo sobre isso nas minhas tantas idas e vindas, apelidei minha maneira de viver como "A Era das Facilidades".

O que tivemos após a Revolução Industrial? Profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social, o boom da tecnologia, a inteligência digital adaptada ao nosso cotidiano, o que resultou numa estrondosa evolução em todos os sentidos. Ao longo das últimas décadas, as gerações vêm experimentando essa evolução, consumindo-a e igualmente adaptando-se a ela. A todo momento, admitimos mais e mais equipamentos à nossa disposição, máquinas inventadas e aperfeiçoadas para suprir as necessidade do lar ou do ambiente empresarial, capazes de substituir a mão-de-obra humana, ainda que isso demande grandes investimentos que se pagam em curto ou médio prazo e eliminem uma dor de cabeça para os grandes empresários high-techs.

Então, defendo aqui a minha teoria: a tecnologia nos trouxe à "Era das Facilidades". Consegues perceber o que isso significa? As facilidades nada mais são do que uma ligeira (e maravilhosa!) canalização da tecnologia para o bem-estar e a comodidade do ser-humano. É isso que eu digo, e é este o meu modo de viver. Admiro e acho fundamental até as máquinas exclusivas para o aquecimento de água para o chimarrão. No supermercado, vou direto à prateleira que me oferece a embalagem de leite de caixinha com tampa de rosca, à couve já cortada e embalada, aos tomates em bandeja; ao bolo pronto, aos guardanapos de papel; aos jogos americanos que substituem a toalha da mesa de jantar. O controle remoto do ar-condicionado; o portão eletrônico da garagem; o roteador que permite acesso à internet a partir de todos os computadores existentes lá em casa. Tudo isso é muito maravilhoso! E não me restrinjo aqui apenas à tecnologia em equipamentos, não. Mais importante que isso considero as facilidades nos serviços de que necessitamos e admiro as empresas que têm se adaptado a essa realidade. Porém, parece que estamos indo até num sentido contrário. Para marcar um horário no dentista, quero poder ligar para a central num sábado à tarde e ser atendida. Quero enviar um e-mail de "Fale conosco" a uma instituição pública e receber resposta. Quero entrar numa farmácia e comprar meu produto preferido sem ter que depender de atraso de fornecimento. Quero bons restaurantes perto da minha casa e não apenas nos bairros mais charmosos da cidade. Quero a otimização do atendimento bancário, já que nunca teremos as agências abertas no final de semana, tampouco até às 22h. Quero ter acesso a todas as bibliotecas do mundo, a todos os trabalhos de conclusão, dissertações e teses sem ter que pagar por isso ou ir até lá.

Bem, esta é a minha percepção de facilidades. Sei que algumas delas ainda estão longe de se tornarem uma realidade, mas acredito que nos encaminhamos para isto. Por enquanto, minha percepção preferida de facilidade é não ter que cozinhar. Isso sim é o suprassumo da facilidade e da felicidade. Perto disso, o resto é apenas um detalhe.

Abraço!

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