quarta-feira, 18 de abril de 2012

Economia Verde

Junho está chegando aí e com ele cai de maduro um tema um tanto desconhecido para a grande massa: Economia Verde. 

De 20 a 22 de junho, o Brasil será mais uma vez palco da maior Conferência Internacional sobre meio ambiente, a Rio+20. Um dos temas a ser tratado neste encontro é a Economia Verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza. 

Não podemos esquecer que no dia 05 de junho também tem uma data bem importante, o Dia Mundial do Meio Ambiente, cujo tema deste ano também é Economia Verde: ela te inclui?

Mas você sabe o que é economia verde? Sabe como pode incentivar a sua empresa a aderir a essa iniciativa? Imagina onde a sua vida pode estar ligada a este tema? Bom, bora lá entender tudo isso então. Vou tentar ser bem didática.

O que é economia verde?

Primeiramente, a economia é chamada de verde para se diferenciar da atual economia marrom, onde o avanço de empresas e governos implica em um alto custo para a natureza e a qualidade de vida do homem.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) a Economia Verde é aquela que resulte em melhoria do bem-estar humano e da equidade social ao mesmo tempo em que reduz de forma significativa os riscos ambientais e a escassez ecológica. É uma economia de baixo carbono, com uso eficiente dos recursos e inclusão social.

A ideia não é impedir o desenvolvimento de tecnologias ou que o ser humano volte a viver na idade da pedra (mas isso certamente irá acontecer se não migrarmos para um modelo de economia verde). O objetivo é garantir que o crescimento de renda e empregos seja conduzido por investimentos públicos e privados que reduzam as emissões de carbono e a poluição, aumentando a eficiência do uso dos recursos e da energia e evitando a perda da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. 

Como minha empresa pode aderir a essa iniciativa?

Depende! Empresas que ainda não possuem uma política de gestão ambiental podem começar tentando entender o que elas ganham com isso. Vale correr atrás de informações importantes que estão na mídia, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, por exemplo. 
Agora se a sua empresa já está no caminho certo, opte, quem sabe, pela realização de uma campanha na semana do meio ambiente, enfocando o tema. O PNUMA está com materiais super bacanas que as empresas podem utilizar. Inclusive, as empresas podem registrar as suas iniciativas lá no site e torná-las públicas.
E que tal incentivar a Carona Solidária entre seus colaboradores? Existem hoje iniciativas gratuitas, tanto para a empresa quanto para seus funcionários, que viabilizam essa iniciativa. Já ouviu falar no Caronetas? Procura na internet que é bem legal.
Incentivo ao uso de bicicletas também é bacana... Pode-se começar colocando um bicicletário na empresa, dando palestras sobre o uso correto e seguro da bicicleta; Quem sabe convidar um Bici Anjo para dar palestra na empresa?
Gente, é tanta coisa bacana que pode ser feito... E olha que essas dicas são apenas para iniciativas de baixo carbono.

E onde você se encaixa nisso tudo?

Encaixa-se em tudo, né galera?!
Você já reparou quanto resíduo você gera diariamente? Repare então... Quando você se sentir envergonhado, vai buscar alternativas para reduzir o impacto que você causa ao meio ambiente.
Quais são seus hábitos para o uso de transporte? Usa carro diariamente para ir ao trabalho e enquanto fica 10 horas no escritório o coitadinho fica abandonado em um estacionamento? Vai à padaria de carro? Na pelada de final de semana? Comece a rever seus conceitos...
Compra melancia no inverno? Já pensou quantos quilômetros de estrada essa melancia percorreu até chegar a sua casa? Optando pelas frutas da estação você já está contribuindo bastante...

Acho que por enquanto vou ficar por aqui. Já é muita informação para um post. Mas fica a dica aí pessoal...

Se quiserem mais informações, podem escrever um comentário, mandar um e-mail, que eu respondo com todo prazer. Mas logo aí abaixo vocês encontram umas informações de lambuja...



A ONU recomenda 10 áreas que devem ser levadas em consideração para se chegar a alcançar um economia verde:

1. Edificações: Um terço da energia utilizada no mundo é gasta dentro de prédios, e o setor de edificações é o que mais emite gases no planeta. O setor de construção civil é responsável por mais de um terço do consumo de recursos, incluindo 12% do consumo de água potável. A saída é optar por construções mais inteligentes, que utilizem de forma mais eficaz os recursos naturais para melhoria na iluminação, aquecimento e resfriamento de ambientes, bem como a implantação de sistemas mais eficientes de  utilização da água. O relatório GEI considera necessários investimentos de 300 bilhões de dólares por ano até 2050 no setor. 
2. Florestas: Os níveis de desmatamento atuais são alarmantes: 13 milhões de hectares por ano. Plantações de grãos e pasto avançam sobre a vegetação nativa. Os investimentos necessários para o setor são da ordem de 40 bilhões de dólares anuais até 2050 em reflorestamento e proteção de florestas. E economia verde, nesse setor, visa a garantir o sustento de 1 bilhão de pessoas no mundo, a conservação da água e a proteção de 50% das espécies terrestres. Produtos da floresta ganham em valor por serem renováveis, recicláveis e biodegradáveis.
3. Água: Quase 1 bilhão de pessoas no mundo não tem acesso a água limpa e potável. Para 2,6 bilhões não existe saneamento básico. Nesse quadro, 1,4 milhão de crianças abaixo de cinco anos morrem todos os anos por doenças causadas por falta de higiene e água. Se não houver melhoria, a demanda vai superar a oferta de água em 40% nos próximos 20 anos. Se os investimentos permanecerem os mesmos, a meta do milênio para o saneamento vai deixar de ser atendida para 1 bilhão de pessoas. A ONU recomenda investimentos de 198 bilhões de dólares por ano em infraestrutura nas próximas quatro décadas. 
4. Turismo: Natureza atrai turistas. Poluição não atrai ninguém. Manter o patrimônio natural garante aos países, estados e cidades participação em um mercado que move 5% do PIB mundial e emprega 8% da população. Mas o fluxo de turistas atualmente é ‘marrom’: responde por 5% das emissões de gases poluentes no mundo. O relatório da ONU estima que um terço dos viajantes estariam dispostos a pagar até 40% a mais por formas de turismo ecologicamente corretas. 
5. Agricultura: O mundo produz mais comida do que precisam os 7 bilhões de habitantes do planeta. Mas a má distribuição da economia marrom faz com que 1 bilhão ainda passe fome, principalmente na África subsaariana. A tendência atual é de agravamento do problema. A produção de alimentos não vai suplantar o crescimento da classe média. Segundo o relatório da ONU, a transição para uma agricultura verde requer investimentos de 198 bilhões de dólares anuais até 2050. 
6. Gerenciamento de Lixo: O mundo marrom do lixo é bem conhecido. Todo o ano são produzidos 11,2 bilhões de toneladas de lixo no mundo, que geram 5% das emissões de carbono. Com investimento de 152 bilhões de dólares em quarenta anos na coleta de lixo e reciclagem, haverá 10% a mais de geração de empregos do que na economia de hoje. O mercado do lixo em uma economia verde está avaliado em 410 bilhões de dólares/ano, um dos mais atraentes do planeta. A geração de energia a partir dos resíduos é estimado em 19,9 bilhões de dólares. 
7. Energia Renovável: A temperatura global vai aumentar em mais de 2 graus devido à emissão de poluentes. Com a matriz energética atual, 1,4 bilhões de pessoas ainda não têm acesso a eletricidade e 2,7 bilhões dependem de madeira para cozinhar. Os combustíveis fósseis poluem, geram doenças e aumentam a acidez dos oceanos. A ONU sugere investimento de 650 bilhões de dólares nos próximos 40 anos em geração de energia proveniente de fontes renováveis. A produção e utilização do etanol no Brasil é vista como um bom exemplo de utilização de energia renovável.
8. Pesca: O setor responsável por lucros de 8 bilhões de dólares anuais para as empresas pesqueiras que empregam 170 milhões de pessoas no mundo está em declínio. A indústria pesqueira tem deixado de movimentar 26 bilhões por ano, o que exige 27 bilhões em subsídios ao setor. Isso gera pesca em excesso e a degradação dos estoques de peixes. A economia verde propõe um único investimento de 100 a 300 bilhões de dólares para o setor reduzir os excessos. 
9. Indústria: As indústrias respondem por 35% do uso de energia elétrica no mundo, por 20% das emissões de CO2 e por mais de um quarto da extração de recursos primários. Também contribuem para 17% da poluição do ar relacionada a problemas de saúde, que custam até 5% do PIB mundial. Entre as medidas para diminuir esse impacto, o relatório sugere aumento de 10% na vida útil de cada produto. O mercado de produtos reutilizáveis compensaria a perda de empregos no setor. Um sistema de taxas de carbono e regulamentação confiável são essenciais para assegurar que o setor acrescente os custos ambientais no cálculo de seus preços. 

10. Transporte: O carro, o ônibus, o caminhão e as motos são os grandes vilões da economia marrom. Consomem mais da metade dos combustíveis fósseis no mundo, são responsáveis por um quarto das emissões de CO2, causam 80% da poluição do ar em cidades de países em desenvolvimento e causam a morte de 1,27 milhão de pessoas a cada ano em acidentes. O custo médio é de 10% do PIB de cada nação. Nos cenários testados pelo relatório, um investimento de 0,34% do PIB mundial em infraestrutura de transporte público e aumento da eficiência dos veículos a motor pode reduzir as emissões em 70%, diminuir o tempo gasto em viagens e reduzir o uso de combustível em um terço. 

Fonte: Veja

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